A Eucaristia sempre foi o centro da vida da Bem-Aventurada Clélia Merloni, a presença salvífica de Cristo morto e ressuscitado, no meio de nós.
A Eucaristia sempre foi o centro da vida da Bem-Aventurada Clélia Merloni, a Fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus. Por quê? Porque a Eucaristia é a presença salvífica de Cristo morto e ressuscitado, no meio de nós.
Ele quis permanecer conosco, de modo especial, no sacramento da Eucaristia. Precisamente por este motivo, a Eucaristia ocupa um lugar central na vida do novo povo de Deus. É esta centralidade que a Encíclica Ecclesia de Eucharistia realça com vigor. Como sacramento por excelência do mistério pascal, nela lê-se: "A Eucaristia... está colocada no centro da vida eclesial..." (n. 3); e ainda: "A Eucaristia é o centro e o vértice da vida da Igreja" (n. 31). Isto significa que "a Eucaristia edifica a Igreja e que a Igreja faz a Eucaristia". (n. 26).
Sempre que vamos à Missa e estamos "tranquilos" com o sacramento da Reconciliação, recebemos o sacramento da Eucaristia, que "é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho". (São João Paulo II).
Jesus quis deixar, por meio da Eucaristia, a sua presença real e substancial no meio de nós. Através de suas palavras na instituição deste sacramento, Jesus concedeu aos seus apóstolos a graça de torná-lo presente no meio de nós, através da celebração deste mistério. A Igreja, fiel ao ensinamento de Cristo, continua tornando-O presente hoje através do Sacerdote na celebração da Santa Missa.
Precisamos tomar consciência de que depois da consagração do pão e do vinho na Celebração Eucarística, Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, está presente verdadeira, real e substancialmente, sob a aparência destas realidades sensíveis. Jesus está ali sobre o altar vivo, ressuscitado. É o momento de pedir: Senhor, aumentai a nossa fé porque é grande o milagre que nos faz estar de joelhos em adoração.
A pessoa que se coloca em adoração está reconhecendo a Jesus como único Senhor e Salvador. É uma atitude de humildade daquele que se prostra e se entrega a Ele, é ter a mesma atitude e palavras dos reis magos que vão ao encontro do Salvador: “Onde está o Rei que nasceu? Viemos adorá-lo”. (Mt 2,2). E, ao encontrarem o Menino Deus na manjedoura, prostram-se diante d’Ele e oferecem seus presentes. E Jesus nos acolhe, conhece os nossos sentimentos, desejos e necessidades e está pronto para não só dar-nos o que pedimos, mas dar-se a Si mesmo na Eucaristia.
É através dos seus escritos que podemos conhecer a experiência de Clélia com Jesus Sacramentado. Ela diz: “Se a tua alma é fraca e enferma, aproveita, para isso, o remédio eficaz que te é oferecido na Eucaristia. Para a sua Ceia, Jesus chama os fracos, os doentes, os pobres, os cegos. Confessa a Jesus, a tua indignidade e a grande pureza de coração, ou a firme resolução de consegui-la, e a tua Comunhão será bem-feita. Nenhuma Comunhão feita bem, fica sem qualquer bom efeito. Convidei Maria Santíssima e os meus Santos protetores, para bem preparar a minha alma, com as mesmas disposições com que eles recebiam a Santa Comunhão, enquanto estavam nesta terra de exílio”.
Em uma carta dirigida às suas filhas ela escreve: “Lembrem-se, minhas filhas, de que vocês são o Templo de Deus. Deus habita em nós mediante a Comunhão que nos torna Sacrários vivos da Eucaristia; habita em nós pela graça do Batismo, conforme diz São Paulo: 'Não sabeis que vosso corpo é templo do Espírito Santo, que está em vós?' Que grandeza a do cristão! Quão sublime é nossa alma! Como é digno de veneração o nosso corpo! Nós somos pedras vivas para a construção desse templo imortal que Deus prepara, aqui na terra, para a sua glória na eternidade”.
Por ocasião do Natal, a Madre coloca-se diante do Presépio e faz esta oração: "Ó meu Jesus! Eu te vejo na manjedoura de Belém, sob o aspecto de um pobre menino. Verdadeiramente, uma grande humilhação! Mas, na Eucaristia, os meus olhos não enxergam nada além de pão. Portanto, sob as humilíssimas aparências de pão, tu quiseste descer, ó meu Deus? Mas, por quê, meu Divino Salvador, quiseste te esconder sob a aparência de um pedaço de pão? Este aniquilamento a que quiseste ser reduzido na Eucaristia, ó Jesus, tem algo de maior, de mais profundo, de inconcebível, para mim. Que exemplo de profundíssima humildade, me ofereces, ó Jesus!”
A Madre desejava ardentemente receber Jesus na Santa Comunhão e, para isso, preparava-se com intenso fervor como podemos ver nas suas palavras: “Solicitei a Maria Santíssima e a todos os Santos do Céu, que me concedessem a caridade de emprestar-me os seus impulsos de amor e de completar em mim, uma santa preparação para receber Jesus no meu coração. Depois da santa Comunhão, fiz atos de adoração, de humildade e de amor em união com Maria Santíssima e com toda a Corte Celeste”.
Para que alcancemos a graça de crescer no amor ao Coração de Jesus presente na Santíssima Eucaristia façamos esta oração:
Coração de Jesus presente na Eucaristia, amável companheiro do nosso exílio, eu Vos amo e vos adoro!
Coração Eucarístico de Jesus, Coração solidário, eu Vos adoro!
Coração humilhado, eu Vos adoro!
Coração abandonado, Coração esquecido, Coração desprezado, Coração ultrajado, eu Vos adoro!
Coração desconhecido dos homens, Coração amante, eu Vos adoro!
Coração bondoso, presente nesta Hóstia Consagrada, eu Vos adoro!
Coração que desejais ser amado e que sois paciente em esperar-nos, eu Vos adoro! Coração interessado em atender-nos, desejoso de ser suplicado, eu Vos adoro!
Coração, fonte de novas graças, silencioso, que desejais falar às almas, eu Vos adoro! Coração, doce refúgio dos pecadores, eu Vos adoro!
Coração Eucarístico de Jesus, eu Vos adoro!
Coração de Jesus, creio firmemente que estais presente na Eucaristia, glorioso como estais no Céu. Amém.
Ir. Maria Josefina Suzin, ascj