A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é a chave de compreensão mais simples e mais profunda de toda a história da Salvação: história do Amor de Deus pelo homem, que se revela plenamente em Cristo Jesus, Verbo encarnado. Não é, porém, uma simples devoção, mas uma verdadeira e própria espiritualidade, radicada na Sagrada Escritura, na Tradição, no Magistério, na Liturgia que culmina na solenidade do Sacratíssimo Coração celebrada na sexta-feira que segue o segundo domingo depois de Pentecostes.
Esta devoção teve uma particular difusão a partir de algumas experiências de místicos. Entre os quais, santa Margarida Maria Alacoque, religiosa da Visitação, (nascida em 1647 e falecida em 1690) foi privilegiada por numerosas visões do Coração de Jesus e viveu uma vida prodigiosa (basta conhecer o livro: “Orações ao Sacratíssimo Coração de Jesus”, cod. 8186 Editrice Shalom). Para ela o Senhor confiou uma mensagem de amor e de Misericórdia destinado à Igreja e a todos os homens.
Jesus lhe repete continuamente que com o culto ao seu Coração entende renovar a sua Redenção nestes últimos séculos, com uma especial condição: que os homens se decidam a amá-Lo. E a todos os que corresponderem a este amor e ao seu desejo de ser amado, conhecido e honrado faz consolantes promessas, a mais maravilhosa das quais é chamada de Grande Promessa.
A prática das nove primeiras sextas-feiras deve ser feita em espírito de amor e de reparação: de amor que procura quase como troca do inefável amor do Coração divino por nós; de reparação pelas friezas, ingratidões e desprezo com que os homens pagam tanto amor.
Muitos abraçam esta prática da santa Comunhão nas primeiras sextas feiras do mês por causa da Grande Promessa. O ideal para progredir no caminho de fé e de santidade seria o de decidir-se por comungar nas Primeiras sextas-feiras de todos os meses de nossa existência, não só por nove meses consecutivos como pede esta prática.
A vantagem e o gosto que a alma sente, fará com que aos poucos diminua a distância entre um encontro e outro com o Mestre Divino, até à Comunhão cotidiana, como é o desejo vivíssimo do Coração de Jesus e da Igreja. Lembrando que este encontro mensal deve ser precedido, acompanhado e seguido por tal sinceridade de disposição que a alma seja verdadeiramente restaurada.
O sinal mais concreto do fruto desta prática será a constatação de progredir nos caminhos do Espírito, ou seja, de maior semelhança do nosso coração com o Coração de Jesus, através da observância fiel e amorosa dos dez mandamentos, da luta contra as más inclinações e a formação da consciência.
Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
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Irmã Neli Faccin, ascj
Província Brasileira Clélia Merloni (PARANÁ)